Ano novo, presidente novo.
Chegando ao final deste ano de 2011, começo a fazer uma retrospectiva analisando alguns dos principais indicadores de desempenho da economia. Olhando os dados do PIB trimestral dessazonalizado podemos notar que o PIB total recuperou o ritmo de expansão de 2008 notadamente em função da Agricultura e de Serviços. Aparentemente, temos como estratégia a produção e exportação de produtos da agricultura brasileira que aos consumidores de notícias parece ser competitiva. Contudo, um olhar atento mostra fragilidades associadas a este setor enquanto cadeia produtiva. Primeiro, a questão logística que dissolve a competitividade do setor produtivo. Os custos de distribuição da produção constituem importante elemento de custo e de estratégia competitiva. Portanto, a ausência de meios de escoamento da produção - sejam eles por rodovias, estradas férreas ou vias fluviais ou maritmas - , o elevado custo de pedágios, a baixa qualidade do combustível brasileiro , o elevado custo e a ineficiência portuária, os gargalos aéreos, representam elemento de preocupação. A agricultura para a exportação oscila fortemente em relação ao ritmo de expansão da economia mundial. O passo lento dos ajustes europeus, sinaliza para uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia Chinesa. Dois grandes destinos das exportações brasileiras de produtos primários. Portanto, apesar de em 2011, termos conseguido manter o ritmo de expansão das atividades agropecuárias, a ausência de estratégia, de investimentos no setor e a desaceleração no ritmo de crescimento de grandes parceiros comerciais sugerem que em 2012 o setor não tenha o mesmo desempenho. A tendência de queda nos preços internacionais combinada com a queda no volume das exportações indicam uma diminuição de desempenho que pode, mas não é provável, ser compensada por desvalorizações cambiais.
Como resultado das ações de política econômica, o aquecimento da economia doméstica explica o desempenho do setor de serviços. Puxado pela demanda apresentou um crescimento praticamente linear. Com resultados desejáveis de empregabilidade, explica em grande parte a atual taxa de desemprego, o crescimento dos salários reais e a elevação de preços medida pelo IPCA. Também aqui notamos a ausência de estratégia. Os gargalos na oferta de mão de obra qualificada não foram removidos apesar do aumento na oferta de vagas em Universidades Federais, a criação do PROUNI, a unificação do processo seletivo com o ENEM e mudanças nas regras do FIES. Aparentemente, erramos no diagnóstico acreditando que a escassez de oferta de mão de obra qualificada se devia principalmente aos elevados custos de educação superior.
Quanto à indústria, nota-se o fraco desempenho - principalmente quando comparamos com o desempenho do setor de serviços e agricultura - e a dificuldade em retomar a trajetória anterior a 2008. Os debates se concentram sobre a desindustrialização e a difícil escolha entre desvalorização e inflação ou controle inflacionário e desindustrialização. Parece que quando olhamos esse obstáculo, tiramos o olho de nossos objetivos. Com uma política tributária , no mínimo, equivocada, juros elevados, custos elevados na contratação da mão de obra e com baixa poupança doméstica combinada com a ausência de uma política industrial estruturada, a indústria brasileira sofre os resultados da competição com importados mais baratos. As ações recentes da Presidencia da República parecem dificultar politicamente a construção de uma agenda propositiva que culminasse em reformas importantes para recuperar a competitividade da indústrial local. Mais frágil diante de grupos de pressão, parece que pautam as questões nacionais as articulações em detrimento de regras.
Chegando ao final deste ano de 2011, começo a fazer uma retrospectiva analisando alguns dos principais indicadores de desempenho da economia. Olhando os dados do PIB trimestral dessazonalizado podemos notar que o PIB total recuperou o ritmo de expansão de 2008 notadamente em função da Agricultura e de Serviços. Aparentemente, temos como estratégia a produção e exportação de produtos da agricultura brasileira que aos consumidores de notícias parece ser competitiva. Contudo, um olhar atento mostra fragilidades associadas a este setor enquanto cadeia produtiva. Primeiro, a questão logística que dissolve a competitividade do setor produtivo. Os custos de distribuição da produção constituem importante elemento de custo e de estratégia competitiva. Portanto, a ausência de meios de escoamento da produção - sejam eles por rodovias, estradas férreas ou vias fluviais ou maritmas - , o elevado custo de pedágios, a baixa qualidade do combustível brasileiro , o elevado custo e a ineficiência portuária, os gargalos aéreos, representam elemento de preocupação. A agricultura para a exportação oscila fortemente em relação ao ritmo de expansão da economia mundial. O passo lento dos ajustes europeus, sinaliza para uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia Chinesa. Dois grandes destinos das exportações brasileiras de produtos primários. Portanto, apesar de em 2011, termos conseguido manter o ritmo de expansão das atividades agropecuárias, a ausência de estratégia, de investimentos no setor e a desaceleração no ritmo de crescimento de grandes parceiros comerciais sugerem que em 2012 o setor não tenha o mesmo desempenho. A tendência de queda nos preços internacionais combinada com a queda no volume das exportações indicam uma diminuição de desempenho que pode, mas não é provável, ser compensada por desvalorizações cambiais.
Como resultado das ações de política econômica, o aquecimento da economia doméstica explica o desempenho do setor de serviços. Puxado pela demanda apresentou um crescimento praticamente linear. Com resultados desejáveis de empregabilidade, explica em grande parte a atual taxa de desemprego, o crescimento dos salários reais e a elevação de preços medida pelo IPCA. Também aqui notamos a ausência de estratégia. Os gargalos na oferta de mão de obra qualificada não foram removidos apesar do aumento na oferta de vagas em Universidades Federais, a criação do PROUNI, a unificação do processo seletivo com o ENEM e mudanças nas regras do FIES. Aparentemente, erramos no diagnóstico acreditando que a escassez de oferta de mão de obra qualificada se devia principalmente aos elevados custos de educação superior.
Quanto à indústria, nota-se o fraco desempenho - principalmente quando comparamos com o desempenho do setor de serviços e agricultura - e a dificuldade em retomar a trajetória anterior a 2008. Os debates se concentram sobre a desindustrialização e a difícil escolha entre desvalorização e inflação ou controle inflacionário e desindustrialização. Parece que quando olhamos esse obstáculo, tiramos o olho de nossos objetivos. Com uma política tributária , no mínimo, equivocada, juros elevados, custos elevados na contratação da mão de obra e com baixa poupança doméstica combinada com a ausência de uma política industrial estruturada, a indústria brasileira sofre os resultados da competição com importados mais baratos. As ações recentes da Presidencia da República parecem dificultar politicamente a construção de uma agenda propositiva que culminasse em reformas importantes para recuperar a competitividade da indústrial local. Mais frágil diante de grupos de pressão, parece que pautam as questões nacionais as articulações em detrimento de regras.