O anúncio do Federal Reserve de
uma nova rodada de estímulos à economia Americana, o QE3, traduz-se em tendência à desvalorização não
coordenada do dólar, ampliando temores de apreciação do real e de crescimento
no déficit em transações correntes projetado. Sendo esta desvalorização efetiva
apenas na ausência de ações de neutralização por parte de outros bancos
centrais. Para alguns países, em especial aqueles que têm na economia americana
um destino para suas exportações, a recuperação da economia estadunidense
através da desvalorização esperada do dólar pode ser compensada por um
crescimento da demanda de importações americana.
A proposta americana busca
incentivar o financiamento e a aquisição de novas unidades habitacionais. Desta
forma, se fosse possível circunstanciar as ações do FED a este objetivo, a monetização
de colaterais hipotecários não guardaria relação com a taxa básica de juros e a
tendência à desvalorização do dólar. Muito se tem feito e criado em termos de
engenharia financeira nos últimos anos. Assim, as ações discricionárias dos
Bancos Centrais são cada vez mais eficazes. A despeito da habilidade na
condução da política monetária em contexto local, as inovações financeiras
tornam cada vez mais difíceis a cooperação monetária internacional. Assim, a
escolha recente do FED alimenta temores de uma desvalorização do dólar e de
precipitação para um novo padrão monetário como resultado de externalidades em
rede.
O enfraquecimento do dólar
alimenta expectativas de um redesenho financeiro internacional e profecias que
vão da criação de uma nova moeda lastreada em uma cesta de moedas à
multipolarização monetária com moedas locais se internacionalizando sem,
contudo, obter hegemonia nas trocas mundiais.
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