Recentemente Nouriel Roubini, em entrevista, afirmou que é necessário manter fortes estímulos fiscais ou realizar uma reestruturação da dívida mundial para evitar recessão e desemprego.
Não precisamos pensar muito para ver o equívoco das saídas apresentadas. Quase como apagar o fogo com gasolina. Por trás do elevado endividamento mundial temos fortes problemas fiscais combinados com ausência de regulamentação. Desta forma, um processo de “financeirização” que guarda em si uma possibilidade de monetização funcionou como estratégia de financiamento. Mas, essa massa financeira busca oportunidades de valorização e segurança. Mesmo pequenos movimentos podem causar fortes impactos: abruptas desvalorizações monetárias, moratórias negociadas da dívida, elevações de preço.
No cerne da crise há um descompasso entre a produção e a “financeirização”. A elevação dos estímulos fiscais, remédio adequado em outros momentos, implica em emissão de títulos como meio de financiamento e amplia o problema atual na medida em que os déficits cresçam e o temor de uma incapacidade de pagamento apareça. Uma política monetária expansionista também não tem mostrado resultados expressivos (veja o caso Norte Americano). Não há taxas de juros baixas capazes de estimular o investimento privado em tempos de crise. E, a monetização da dívida promove rápido crescimento dos preços o que, de certa forma, pode ser uma solução por corroer essa massa financeira.
Mas, uma das conseqüências da expansão monetária, que é a desvalorização da moeda local, pode ser substituída por acordos comerciais bilaterais. A garantia de exportações consolidada em acordos mantém a demanda agregada, a produção e o emprego sem a necessidade dos estímulos econômicos tradicionais.
A utilização de meios de política fiscal e monetária expansionista sempre foram adequados ao combate da recessão e do desemprego em óticas nacionais mas não o são diante de uma realidade de crise global. É tempo para a cooperação como forma de manutenção do crescimento. Mas, como garantir ou connstruir a cooperação entre desiguais?
Tempo para um novo G-20!
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