segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Aracruz

A EMPRESA
A Aracruz Celulose é uma empresa brasileira, líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto. Responde por 24% da oferta global do produto, destinado à fabricação de papéis de imprimir e escrever, papéis sanitários e papéis especiais de alto valor agregado.
Sua capacidade nominal de produção, de aproximadamente 3,2 milhões de toneladas anuais de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto, está distribuída pelas Unidades Barra do Riacho - ES (2,3 milhões de t), Guaíba - RS (450 mil t) e Veracel - BA (450 mil t, ou metade da capacidade total da unidade).
No Espírito Santo, opera um complexo industrial constituído de três fábricas de celulose, totalmente integrado aos plantios e a um porto privativo especializado, Portocel, através do qual exporta grande parte da sua produção de 2,3 milhões de toneladas anuais. O controle ambiental das fábricas é assegurado por modernos sistemas de tratamento de emissões, efluentes e resíduos sólidos.
A Unidade Guaíba, localizada no município de Guaíba (RS), opera uma fábrica com capacidade nominal de 450 mil toneladas anuais de celulose, de alta tecnologia e igualmente dotada de avançados recursos de proteção ambiental. A unidade destina parte desse volume à produção de cerca de 50 mil toneladas anuais de papel para imprimir e escrever, basicamente destinadas ao mercado doméstico.
Um terceiro complexo fabril - a Veracel Celulose, com capacidade nominal de 900 mil toneladas anuais de celulose - está situado no município de Eunápolis, no sul da Bahia. Trata-se de uma parceria da Aracruz com o grupo sueco-finlandês Stora Enso, em que cada empresa detém 50% de participação acionária e da produção.
Em associação com o grupo Weyerhaeuser dos EUA, a Aracruz detém um terço da Aracruz Produtos de Madeira, uma unidade industrial de alta tecnologia localizada no extremo-sul da Bahia, que fornece produtos sólidos de madeira de alta qualidade provenientes de plantios renováveis de eucalipto, destinados às indústrias de móveis e design de interiores, do Brasil e do exterior.
O controle acionário da Aracruz é exercido pelos grupos Safra, Lorentzen e Votorantim(28% do capital votante cada) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (12,5%). As ações preferenciais da Aracruz (56% do capital), são negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo (Bovespa), Madri (Latibex) e Nova York (NYSE).
A Aracruz é a única empresa no mundo do setor de produtos florestais e papel que integra o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI World) 2007, que destaca as melhores práticas em sustentabilidade corporativa no mundo. Na Bovespa, inclui-se entre as 34 empresas que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).
Dados atualizados em 7 de fevereiro de 2008 .
O COMUNICADO
“A Aracruz Celulose S.A. informou ao mercado por meio de fato relevante que as perdas da companhia com operações de câmbio futuro e derivativos podem ter excedido os limites previstos na política financeira aprovada pelo conselho de administração. Segundo o comunicado, “a exposição da Companhia a instrumentos financeiros derivativos denominados “Target Forward” foi fortemente influenciada pela recente instabilidade das cotações do dólar norte-americano, decorrente do momento de grande volatilidade dos mercados mundiais”. A Aracruz não informou valor estimado das perdas, mas informou que vem tomando medidas para reduzir a exposição da companhia e minimizar o impacto das operações de hedge. A companhia contratou uma empresa especializada para apurar o valor de mercado das posições em aberto e do valor total de perdas. A companhia informou ainda que o diretor Financeiro e de Relações com o Investidor apresentou pedido de licença do cargo. De acordo com o comunicado, o caixa da Companhia é, atualmente, de cerca de US$ 500 milhões e “não há indicação de que os ajustes potenciais nos próximos momentos afetarão significativamente o caixa da Companhia”, diz texto.” (http://carteiradeinvestimento.wordpress.com/)
GLOSSÁRIO DE TERMOS
1. O que é mercado futuro?
Mercados futuros: segmento dos mercados de derivativos baseado em operações realizadas em pregão de bolsa, com contratos padronizados por ela autorizados.
2. O que é contrato futuro?
Contratos futuros são acordos nos quais as partes são obrigadas a comprar ou a vender a um preço determinado e estabelecido por elas, determinada quantidade de um ativo, em certa data futura. Esses contratos são padronizados em relação à quantidade e qualidade do ativo, formas de liquidação, garantias, prazos de entrega, dentre outros, e têm negociação apenas em bolsa, sendo possível a liquidação do contrato antes do prazo de vencimento.
3. O que são operações de hedge?
Um hedge serve basicamente para “travar” o preço atual da commodity, a fim de se proteger contra variações futuras. Para compreendermos um hedge, vamos utilizar o seguinte exemplo: é mês de outubro e você é um agricultor que plantou soja. O preço da soja no mercado físico atualmente é de $12.00 dólares por saca, mas você receia que na época da safra o preço estará menor. Vamos supor ainda que as cotações do mercado futuro e do mercado físico sejam iguais e o contrato futuro com vencimento em maio esteja cotado também a $12.00 dólares por saca. Você poderia vender a quantidade de contratos futuros correspondente à sua produção estimada, para compra-los de volta na época da safra, quando chegar a hora de vender a sua produção. Se os preços baixarem na época da safra, as perdas no mercado físico serão compensadas pelos ganhos no mercado futuro. Com os contratos futuros, uma pessoa pode vender primeiro e então comprar mais tarde ou comprar primeiro e vender mais tarde. Independentemente da ordem em que a transação ocorra, quando alguém compra a um preço mais baixo e vende a um preço mais alto, ela tem um lucro com a negociação dos contratos futuros. Ao vender agora com a intenção de comprar de volta mais tarde você passa a ter uma posição de venda no mercado futuro. Uma baixa nos preços resultará em ganhos, porque você terá vendido a um preço mais alto e comprado a um preço mais baixo. Continuando com o nosso exemplo, o que acontecerá se o preço no mercado físico baixar em $1.00 dólar por saca? Embora o valor no mercado físico tenha baixado em $1.00 dólar por saca, a sua posição de venda no mercado futuro terá um ganho de $1.00 dólar por saca. E visto que o ganho de sua posição no mercado futuro é igual à perda no mercado físico, o seu preço líquido de venda continua a $12.00 dólares por saca. E se os preços tivessem subido $1.00 por saca, ao invés de baixar? Uma vez mais, o seu preço líquido de venda seria $12.00 dólares por saca, pois a perda de $1.00 por saca no mercado futuro seria compensada pelo ganho de $1.00 por saca no mercado físico. Note que em ambos os casos, os ganhos e as perdas nas duas posições cancelam uns aos outros. Isto é, quando há um ganho em uma posição de mercado, há uma perda equivalente na outra. Isto explica porque se diz que o “hedge” “trava” um determinado preço.
4. O que é derivativo?
Derivativos é o nome dado à família de mercados em que operações com liquidação futura são implementadas, tornando possível a gestão do risco de preço de diversos ativos.A origem do termo derivativos está associada à idéia de que os preços desses contratos possuem estreita ligação, ou seja, derivam dos preços do ativo subjacente ao contrato. (in: Curso Mercado Derivativos)
5. O que são operações carry trade?
Uma das operações mais comuns , com o intuito de explorar este diferencial, é a operação de carry trade. Nela, um investidor explora o forward premium (definido pela soma da expectativa de variação cambial e do prêmio de risco cambial) de uma moeda em relação a outra. Neste caso, há duas transações em questão. A primeira envolve a venda de moedas que possuem um forward premium, ou seja, moedas nas quais a taxa de câmbio futura é maior do que a taxa de câmbio presente (expectativa de desvalorização). Já a segunda transação envolve a compra de moedas com um forward discount, ou seja, moedas nas quais a taxa de câmbio futura é menor do que a taxa de câmbio presente (expectativa de valorização). Assim, as moedas que possuem um forward premium são aquelas que financiam as moedas com forward discount (”target currencies“). De acordo com a condição de equilíbrio dos mercados financeiros internacionais, a condição de paridade coberta da taxa de juros, o forward premium de uma moeda em relação a outra é igual ao diferencial de taxa de juros entre elas. Portanto, as moedas com baixas taxas de juros estão tipicamente com um forward premium enquanto que moedas com altas taxas de juros estão com um forward discount. Por fim, tomar empréstimos em moedas com baixas taxas de juros e emprestá-las em moedas com altas taxas de juros é equivalente a vender moedas com forward premium e comprar moedas com forward discount.
O ganho da estratégia de carry trade provém do “forward premium puzzle“, que deriva de uma bem conhecida anomalia dos mercados de câmbio internacionais. As evidência empíricas mostram que moedas com um forward premium e que, consequentemente, têm uma baixa taxa de juros, tendem, na prática, a se depreciar e não a se apreciar, como prevê a condição da paridade dos juros descoberta. Da mesmo modo, moedas que tem um forward discount e que, consequentemente, têm altas taxas de juros tendem a se apreciar e não a se depreciar. Desta forma, um investidor que implementa uma operação de carry trade obtém ganhos de duas formas: (i) o diferencial de juros entre duas moedas e (ii) a apreciação da moeda com altas taxas de juros e que foi originalmente comprada com um forward discount.
Assim, mudanças na oferta e na demanda das moedas induzidas pela oportunidade de explorar diferenciais de taxas de juros podem resultar em movimentos persistentes de taxas de juros. A estratégia de carry trade baseada em diferenciais de taxas de juros e forward premium afeta a balança de oferta e demanda das moedas em questão. Esta estratégia tem como conseqüência o aumento da oferta das moedas das “funding currencies” e um excesso de demanda pelas “target currencies”. Portanto, há um reforço na tendência de desvalorização na moeda com baixa taxa de juros e uma tendência à apreciação da moeda com altas taxas de juros. Este mecanismo pode incentivar ainda mais investidores a apostarem nesta estratégia, o que pode amplificar demasiadamente estas tendências.
Uma das operações mais comuns está ligada à tomada de yens japoneses (”funding currency“), devido à baixa taxa de juros naquele país, e a aplicação destes recursos na sobrevalorizada moeda brasileira (neste caso, a “target currency“). Portanto, esta operação tem uma natureza puramente especulativa e, na medida em que mudem os humores do mercado, o resultado pode ser o desmonte destas operações, que pode trazer conseqüências nefastas à taxa de câmbio .Estas podem apenas ser evitadas caso a autoridade monetária empreenda esforços no sentido de evitar tal apreciação com a queda da taxa de juros e a implementação de intervenções mais ativas tanto no mercado à vista quanto no mercado futuro de câmbio.
In: http://desempregozero.org/2007/12/06/apreciacao-do-real-carry-trade-e-intervencao-no-mercado-de-cambio/
6. O que é o mecanismo de ajuste diário ou marcação a mercado?
Uma das características do mercado futuro é o ajuste diário das posições, ou marcação a mercado. Juntamente com a margem de garantia este mecanismo garante o cumprimento do contrato futuro entre as partes. Para se vender um contrato futuro não é necessário depositar todo o valor do contrato, mas apenas a margem de garantia, que atualmente é de $1,148.00 dólares americanos por contrato de 5.000 bushels (exemplo para o mercado de Soja). Ao final de cada pregão diário a câmara de compensação faz o ajuste diário das posições debitando ou creditando a conta de compradores e vendedores, conforme o fechamento do dia. Por exemplo, se alguém comprou um contrato por $5.00 dólares por bushel, e o pregão fechou com a soja cotada a $5.10, a conta do comprador é creditada em $500.00 dólares [5.000 X ($5.10 – $5.00)], e a do vendedor correspondente é debitada na mesma proporção. Se a margem de garantia não for mantida, o comprador ou vendedor recebe uma notificação, por telefone, para depositar os fundos adicionais imediatamente, sob pena de liquidação forçada da posição, ficando ainda responsável por débitos remanescentes, situação esta que é conhecida como margin call.

7. O que são operações estruturadas?

Operações estruturadas: permitem a negociação de estratégias que incluem dois ou mais contratos - futuros e opções - ou uma combinação entre vencimentos destes. Trata-se de estratégias cuja execução se torna bastante complexa caso se opte por negociá-las contrato por contrato, o que se traduz em alto risco operacional. Ao se negociar a estratégia completa por intermédio de uma única apregoação apregoação Ato de pregoar a compra ou venda de bens, ações, ativos, contratos futuros ou de opções.- com os procedimentos de quebra entre os contratos envolvidos realizados automaticamente pela BM&F -, elimina-se esse risco e aumentam-se a liquidez e a eficiência das operações de hedge. Dentre as operações estruturadas estão as de volatilidade de índice de ações, de taxa de câmbio e de taxa de juro, os forward rate agreements e os forward points (por exemplo, a negociação do futuro de taxa de câmbio com diferencial em relação à cotação spot).

A ESTRATÉGIA


Empresas que exportam buscam se proteger da volatilidade cambial através de operações de hedge no mercado futuro. Sua intenção é garantir uma conversão cambial favorável, que garanta lucro na operação. Afastada esta preocupação é possível dedicar mais tempo ao planejamento da produção, ao desenvolvimento de novos produtos, etc.

Assim, uma empresa como a Aracruz que exporta celulose pode buscar proteger-se das oscilações cambiais vendendo contratos de dólar futuro. Imagine a seguinte situação: a empresa exporta hoje o equivalente a US$ 1.000.000,00 e tem um prazo de 360 dias para converter este montante para reais. Se a taxa de câmbio estiver em queda, a espera pode resultar em perdas significativas. Contudo, a manutenção dos recursos por 360 dias aplicados no exterior rende juros que podem anular as perdas com a variação cambial.
Vamos fazer operações em partes e depois juntá-las para verificar estratégias possíveis.

1.Forward Premium
Imagine uma venda de moeda com forward Premium (expectativa de desvalorização) e que esta moeda seja o Iene: vendemos hoje a moeda a uma taxa de R$ 1,80 e no futuro ela valerá, por exemplo, R$ 2,00. Houve ganho ou perdas?

2. Forward Discount
Agora, imagine a compra de uma moeda com forward discount (expectativa de valorização) e que esta moeda seja o Real: compramos hoje a moeda a uma taxa de R$ 1,80 e no futuro ela valerá, por exemplo, R$ 1,60. Houve ganho ou perdas?

3.Carry Trade (especulação)
Agora imagine pegar dinheiro emprestado em Iene a uma taxa de juros de 0,5% a.a. ou mesmo pegar dólares emprestados a 2% a.a. e aplicar este dinheiro em ativos com maior remuneração (e maior risco, naturalmente). Seria possível pegar dez milhões de ienes e convertê-los a uma taxa de 105,35 ienes por dólares, obtendo desta forma US$ 94.921,69. O equivalente em reais seria R$ 161.366,00 a uma taxa de 1,70 por dólares. Agora, imagine aplicar este montante e obter um ganho de 20% totalizando R$ 193.640,00.
Agora vamos fazer a operação de volta: a troca de reais por dólares quando a cotação está caindo (forward Premium) significa a obtenção de mais dólares. Portanto, imagine uma queda de 1,70 para 1,50 por dólares. Isto totalizaria US$ 129.093,00. Se , ao contrário do Real, o Iene estiver se depreciando, a troca de dólares por Ienes resultaria em ganhos associados à oscilação monetária. Assim, se a taxa estiver 113,00 ienes por dólares, a troca dos dólares por ienes resultaria em JPY 14.587.565,50. Como devemos pagar o empréstimo, devolveríamos os dez milhões acrescidos de JPY 50.000,00. Teríamos um ganho de JPY 4.537.565,50!
Em um país com baixas taxas de juros e câmbio flutuante, podemos esperar uma taxa de câmbio futura mais alta decorrente dos fluxos monetários (ou seja, a moeda deste país é forward premium) . Da mesma forma, em um país com taxas de juros elevadas, podemos esperar uma taxa de câmbio futura menor (moeda forward discount). Apesar destas expectativas acerca do futuro, sabemos que a volatilidade é elevada e que portanto é possível realizar perdas ou ganhos. Portanto, estruturar operações no mercado futuro servem para garantir ganhos possíveis.
Para os grandes fundos de investimento, pegar dinheiro emprestado a baixas taxas de juros e aplicar em países com altas taxas de juros já garantiria ganhos bastante atrativos. Mas, considerando que nos países com altas taxas de juros as moedas são “forward discount”, há ganho duplo! O primeiro em relação ao diferencial de juros e o segundo na troca de moedas (na entrada é possível obter mais reais para aplicar e ao sair obter mais dólares!!!) Desta forma, reforça-se a tendência à depreciação das moedas forward Premium e a tendência à apreciação das “forward discount”.

4.Carry trade (investimento)
O custo do financiamento da expansão das atividades produtivas da empresa através da aquisição de máquinas e equipamentos com recursos de terceiros em países onde as taxas de juros são elevadas (seja em função da taxa básica de juros seja em relação aos diferenciais de captação e repasse decorrentes do elevado compulsório) inviabilizam muitos projetos limitando as condições competitivas da empresa. Este é um exemplo em que a política macroeconômica limita a capacidade competitiva das empresas que operam dentro de seus limites territoriais. Mas, a globalização impõe a necessidade de redefinir o mercado relevante para a empresa e, muitas vezes, para manter sua participação no mercado é necessário investir com retornos inferiores à taxa interna de juros. Uma alternativa nestes casos é financiar o investimento tomando recursos no exterior a taxas mais atraentes. A ação descrita acima pode ser utilizada para alavancar recursos necessários à aquisição de maquinas, por exemplo, na Alemanha. Esta é uma operação que envolve muitos riscos: i.uma mudança na política econômica Japonesa pode elevar os juros tornando o financiamento excessivamente caro, ii. O Japão, no caso nosso exemplo, pode optar por um regime cambial fixo e fortemente apreciado impondo perdas significativas a aqueles que contraíram empréstimos em moeda japonesa, iii. A depreciação do Real significa perdas expressivas.

5.Operação estruturada
É possível “estruturar” uma operação na BM&F com o objetivo de garantir ganhos futuros. As operações estruturadas “permitem a negociação de estratégias que incluem dois ou mais contratos - futuros e opções - ou uma combinação entre vencimentos destes. Trata-se de estratégias cuja execução se torna bastante complexa caso se opte por negociá-las contrato por contrato, o que se traduz em alto risco operacional. Ao se negociar a estratégia completa por intermédio de uma única apregoação , elimina-se esse risco e aumentam-se a liquidez e a eficiência das operações de hedge. Dentre as operações estruturadas estão as de volatilidade de índice de ações, de taxa de câmbio e de taxa de juro, os forward rate agreements e os forward points (por exemplo, a negociação do futuro de taxa de câmbio com diferencial em relação à cotação spot). ”.
Para as empresas exportadoras, importaria em essência garantir um “preço mínimo” pelo dólar de forma a garantir lucros na operação. Mas, por que não realizar ganhos financeiros? Para pagamento de empréstimos internacionais, a empresa poderia fazer remessas em dólares.... isso significa que ela pode converter dólares em reais, aplicá-los e novamente convertê-los para dólares com a finalidade de pagar empréstimos externos.... ganhando os diferenciais de juros e risco e ainda na variação cambial.

ATIVO
$
PASSIVO
$
Compra de equipamento em Euro com pagamentos feitos em:
01/01/2008 (30%)
01/04/2008 (30%)
01/07/2008 (40%)
600.000,00 (euros)
180.000,00 (30%)
180.000,00 (30%)
240.000,00 (40%)
Empréstimos em Ienes em 01/01/2008 a taxa anual de 0,5%
100.000.000,00 (ienes)
Primeira Parcela
$262.637,61 (30%) em dólares
Taxa de Cambio Ienes/ Dólares (107,98)
$926.092,12(dólares)

Segunda Parcela
$281.017,33 (30%)


Terceira Parcela
$378.699,13 (40%)


Total
$922.354,07 (100%)







Isto é apenas um exemplo para mostrar a complexidade das informações envolvidas. O pagamento a vista, em 01/01/2008 seria de $ 875,458,70 dólares. Restariam , portanto $ 50.633,42 dólares. Mas, se no período envolvido os dólares fossem aplicados no Brasil a taxas de 0,8 a 1,02% ao mês?
Ao final, restariam $110.621,36 dólares. E esta é apenas uma parte da operação! Há também os critérios de pagamento do empréstimo realizado em ienes como carência, pagamento dos juros e do principal. É possível realizar operações de hedge cambial e de juros! No entanto, mesmo com operações de hedge, o executivo deve estar atento às oscilações no mercado pois o mecanismo de ajuste diário pode levar a prejuízos significativos.....
6.O real significado da palavra Derivativos!
Dissemos acima que a “origem do termo derivativos está associada à idéia de que os preços desses contratos possuem estreita ligação, ou seja, derivam dos preços do ativo subjacente ao contrato”. Portanto, é possível criar um derivativo cujo retorno, prazo e risco sejam o desejado pela empresa estruturando uma operação que combine atuações no mercado spot ( a vista) , no mercado futuro (opções, a termo, forward points, entre outros) e muitas vezes com alavancagem em operações de carry trade (utilizando recursos de terceiros captados em paises com menores taxas de juros).
ATIVO

PASSIVO

Imobilizado
Retorno
Capital Próprio

Ações
Dividendos e Variação nos preços
Empréstimos

Mercado Futuro



Os ganhos associados dependem de obtenção de ganhos no ativo superiores aos pagamentos no passivo.

Nenhum comentário: