segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Exportações Brasileiras para os EUA


Exportações Brasileiras para a China




Balança Comercial Brasil - EUA

O Brasil se prepara para receber a visita do presidente Obama neste mês de março. A escolha do Brasil aponta para a importância e o interesse norte americano em obter o apoio brasileiro em negociações internacionais, bem como em ampliar negócios com nosso país. Segundo o Financial Times, o governo americano busca se aproximar do Brasil para formar uma frente contra a desvalorização da moeda chinesa. Essa é uma questão crucial para os Estados Unidos. Atualmente, o déficit comercial Americano alcança a casa de 40 bilhões de dólares (Fonte: Macrodados). No balanço de pagamentos registramos as transações econômicas entre residentes do país e não residentes. Já na balança comercial, que é apenas uma parte do balanço de pagamentos, registramos apenas as transações com mercadorias tangíveis ou palpáveis. Um déficit implica em exportações menores que importações. O déficit pode acontecer por vários motivos. O aumento no PIB (Produto Interno Bruto) normalmente vem acompanhado de aumentos nas importações. Mais matérias primas, energia e outros bens são necessários ao aumento da produção. Também o déficit pode significar uma perda da competitividade dos produtos nacionais. A elevada carga tributária, salários médios mais elevados, tecnologia defasada são fatores que ajudam a diminuir a competitividade. Por fim, a taxa de cambio nominal , que é o preço de uma moeda medido em termos de outra moeda, também pode estimular importações ou exportações.
Uma moeda desvalorizada é uma moeda barata. Se é fácil comprar a moeda de outro país, pode ser bastante barato comprar os produtos dele também. Essa tem sido a estratégia de crescimento adotada pela China. Ao tornar seus produtos baratos, a China conquista mercados, aumenta sua produção e gera empregos!
Mas, a competitividade Chinesa implicou em um déficit comercial para os Estados Unidos e um problema a resolver. Na opinião americana, os Chineses devem escolher valorizar sua moeda.
Para o Brasil, o que interessa?

Entrevista antiga para a Rádio Cultura

Estou recuperando algumas entrevistas antigas e registrando neste blog!

http://www.culturabrasil.com.br/programas/atencao-brasil/arquivo-5/especialista-comenta-a-crise-financeira-da-grecia

Inflação

Alguns de nós conviveu com a inflação e mantemos vívida a memória daqueles tempos. Meus alunos de agora, são filhos da estabilidade de preços. Não conheceram o país da inércia acelerada. Como estamos vivendo um momento de aumento de preços de commodities em geral, creio ser oportuno explicar um pouco o fenômeno da inflação.
Aumentos de preços estão relacionados ou a um aumento na procura (há mais pessoas que podem e querem pagar) ou a restrições na oferta (problemas climáticos,etc)
No passado, contribuiam para o aumento sistemático dos preços a indexação ou a correção de preços e salários por índices de preços. Desta forma, um aumento de preços que afetasse um índice de inflação como o INPC, serviria de base de cálculo dos salários. Salários corrigidos e maiores significam custos maiores de produção. Sempre que possível, as empresas buscam repassar o aumento de custos aos seus clientes aumentando o preço. Mas, se os preços subirem novamente....o índice de preços irá refletir esse aumento. Novamente os salários serão corrigidos, etc... Chamamos esse fenômeno de inércia inflacionária.
Também havia um componente de aceleração inflacionária. O medo de um possível aumento de preços nos levava a comprar dólares como forma de proteger nosso poder de compra. O aumento na procura por dólares elevava o preço destes. O problema estava no fato de algumas empresas calcularem o preço de seus produtos em dólares. Quando o preço do dólar subia, o preço das mercadorias subia. Assim, bastava prever um aumento de preços que a procura por dólares subia, aumentando assim os preços!
Hoje, mecanismos de indexação a indices de preços ou dolarização acabaram. Graças a isto pudemos manter os preços sob controle.
O regime de metas, que obriga o Banco Central a aumentar a taxa de juros para controlar a inflação, auxilia o país na tarefa de manter preços sobre controle.
A elevação de preços que estamos vendo hoje é o resultado de uma elevação de preços no mercado externo causada por problemas climáticos e muita especulação. Já no mercado doméstico, a elevação de preços é o resultado da economia aquecida. O aumento na produção normalmente é acompanhado de uma diminuição na taxa de desemprego. A redução no desemprego aumenta o poder de negociação dos trabalhadores. Reajustes de salários, indexados ou não, aumentam os custos de produção. Atualmente, esses reajustes são repassados apenas parcialmente para os preços e nos setores onde a competição com produtos importados é menor.
Há duas formas de solucionar a pressão de preços doméstica: podemos desaquecer a economia aumentando a taxa de juros ou ampliar a capacidade de produzir com o mesmo número de trabalhadores!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Viagens internacionais

Com alguma frequência, alunos, amigos e familiares me perguntam se devem comprar dólares, euros ou outra moeda ou usar o cartão de crédito. Vou antes explicar um pouco o mercado cambial e depois responder a esta pergunta.
Atualmente, as taxas de cambio são negociadas livremente entre compradores e vendedores. Chamamos esse regime cambial de flutuante. A taxa que vemos divulgadas em sites ou jornais é o resultado médio negociado no mercado interbancário (chamamos essa taxa de ptax) e é apenas uma referência. Portanto, ninguém está obrigado a comprar e vender pelo valor divulgado!
O mercado interbancário foi criado nos anos 90. Neste mercado, os bancos negociam a compra e venda de dólares. Ele também é conhecido como mercado secundário de câmbio. O objetivo dos bancos é diferente do objetivo de turistas. A negociação atende a objetivos de hedge, arbitragem e especulação. Nas operações de hedge, ou proteção, os bancos buscam evitar os riscos da flutuação do preço da moeda. Na verdade, é mais comum ver operações de hedge no mercado futuro. As operações de arbitragem buscam ganhar com a diferença de preços entre o mercado secundário e o preço negociado com o cliente no mercado primário. Já no caso da especulação, os bancos buscam ganhar com a diferença entre o preço atual e futuro da moeda estrangeira. Apenas bancos autorizados pelo Banco Central podem operar neste mercado.
Desta forma, como se trata de uma referência, é possível que o Banco ou a Administradora do cartão de crédito cobrem taxas diferentes daquelas divulgadas pelo Banco Central.
Outra fonte de confusão são os nomes Cambio Comercial, Cambio Turismo e Cambio Paralelo. A natureza do negócio vai determinar qual taxa e qual mercado estamos nos referindo.
O dólar turismo sugere a negociação de compra e venda de moeda para viagens ao exterior. Portanto, quando vamos comprar dólares, travelers ou realizar depósitos em cartões "pré pagos", utilizamos essa taxa.
O dólar comercial se refere a negociações de exportação e importação ou a transferências financeiras. No caso de compra de pacotes de viagem, passagens aéreas, reservas de hotel, etc. utilizamos essa taxa para fazer as transações.
Já o mercado paralelo se refere a um mercado ilegal de moeda estrangeira. Você deve tomar muito cuidado para não ir a um "doleiro". Como se trata de um mercado ilegal, onde há fortes ligações com contrabando de todos os tipos, não há proteção legal e tampouco segurança de informação. Você pode estar expondo seus dados como endereço e telefone.

No cartão de crédito, o Banco utiliza a taxa de cambio ptax ou comercial e, normalmente, de menor valor quando comparada à taxa turismo. Mas nestas operações incide a cobrança de um imposto, o IOF - Imposto sobre Operações Financeiras. Os bancos também costumam cobrar taxas administrativas por realizar esta operação. Normalmente, vale muito a pena gastar com cartão de crédito apesar dessas despesas adicionais. Você deve considerar também o ganho de pontos que podem ser convertidos em milhagens. Eu sugiro viajar com mais de um cartão de crédito. Verifique com seu gerente se é possível ampliar o limite durante a viagem.
Pergunte também ao seu gerente ou veja no verso do seu cartão se você tem direito a utilizar a rede Cirrus. O Cirrus é uma rede interbancária que lhe permitirá realizar saques no exterior em moeda local e ser debitado em sua conta corrente no Brasil. Você deve verificar com antedência se é possível utilizar a rede no país para onde você vai e verificar como pode conhecer a rede de agências onde poderá sacar dinheiro.
Se você for levar moeda em espécie, prefira realizar a transação em uma agência do banco onde você mantém conta corrente. É mais seguro. Evite ir a aeroportos.
Há também a opção de levar um cartão tipo "pré pago" ou creditado em moeda estrangeira. O Visa Travel Money é um destes. Quando meu filho foi viajar, mandei um com ele. Desta forma pude transferir valores para ele. Meses depois, quando fomos viajar juntos, tive problemas com meu cartão de crédito e não queria acabar com os dólares em espécie que eu carregava comigo. A solução foi fazer uma transferência para o cartão e utlizá-lo como forma de pagamento. Para mais informações sobre este produto, entre no site: https://www.rendimentovtm.com.br/
Tanto para a compra de dólares quanto para os cartões creditados, a taxa de cambio costuma ser maior. Mas você vai precisar de moeda em espécie e o cartão creditado poderá ser uma grande solução em muitos casos.

Por útlimo, não há limite para a quantidade de dólares, euros ou outra moeda para levar ao exterior. No entanto, acima de 10 mil reais você está obrigado a declarar que o está fazendo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Entrevista Rede Globo

http://www.youtube.com/watch?v=N3gCNsWIuFI

Preço dos Alimentos

O aquecimento global é uma possível explicação para as variações climáticas como enchentes no Brasil e Austrália ou secas como na China. Como consequência, a diminuição da oferta de alimentos explica parcialmente a elevação dos preços de commodities agrícolas.
Outro fator a explicar a elevação de preços é a crescente demanda chinesa que resulta, por sua vez, do aumento na produção e na capacidade de consumo.
Mas, a especulação com commodities e seus derivativos preocupam o forum do G20. Por trás de conflitos como os da Tunisia e Egito estão os crescentes preços dos alimentos. TAmbém preocupa o crescente preço da energia (gás, petróleo ou elétrica) e os conflitos como no sul do Chile associados a este.
Aparentemente a preocupação com a elevação de preços e a escassez de recursos energéticos deveria unir os países membros.
Mas, para países de renda baixa ou crescente e exportadores de commodities o atual desequilíbrio permite o crescimento da renda e do consumo. Enquanto para países de renda alta ou desenvolvidos, o crescimento nos preços impõe uma diminuição no consumo.
Para além desses aspectos, o Brasil mantém-se coerente com o discurso liberal das últimas duas décadas.
Resta saber quanto tempo poderemos manter o crescimento do consumo e se conseguiremos aumentar a capacidade de produção tanto de produtos industrializados, que necessitam de investimentos em infra-estrutura, quanto de commodities.