quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Nova zona do Euro?

Após muitas tentativas paliativas para conter a crise atual se aproxima o momento de enfrentamento definitivo da situação em que se encontram os países da Zona do Euro.


Vejo dois caminhos possíveis. O primeiro é a efetiva integração das nações européias constituindo uma federação com emissão conjunta de Eurobônus barateando o custo do financiamento para países com elevado grau de endividamento. O segundo percebe a iminência da saída da Grécia, seguida possivelmente por outros países da zona do Euro.

Dificilmente Alemanha concordará com a primeira opção por razões simples. A elevação do custo de financiamento equivale a um aumento tributário reduzindo o poder aquisitivo dos cidadãos deste país em troca de ganhos dúbios. A presença de países como Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália enfraquecem o Euro tanto quanto o fortalecem. Explico. A possibilidade de uso da moeda Euro em diversas nações, a comum aceitação entre elas, fortalece a moeda. No entanto, a fragilidade financeira e produtiva destes países tem contribuído fortemente para um enfraquecimento do Euro. A Alemanha permanece competitiva com bons resultados no Balanço de Pagamentos, controle de preços e emprego. Portanto, os ganhos da manutenção da atual configuração da Zona do Euro são pequenos.

A segunda opção, embora não resolva o problema para os PIIGS, ameniza os custos do ajuste e são politicamente mais palatáveis para as economias endividadas. Sair da zona do Euro permite o uso de instrumentos monetários e cambiais no sentido de aumentar a competitividade e recuperar exportações, atividade produtiva e emprego. Uma desvalorização cambial da moeda local permite os resultados acima, mas encarece os custos em moeda local de pagamento da dívida contraída em Euro. Mas, as perspectivas de recuperação da capacidade de exportar indicam a possibilidade de manutenção do nível de atividade e de arrecadação diminuindo expectativas de default para países como Portugal, Espanha, Irlanda e Itália. Não incluo a Grécia, pois entendo que nem mesmo a possibilidade de forte desvalorização monetária permitirá o pagamento da dívida. A Grécia caminha a passos rápidos para um default.

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