Você sabia que apesar da Seringueira ser uma planta nativa, a oferta de borracha natural é menor que a demanda. O consumo interno do látex natural é suprido todo pela importação? Por quê?
Atualmente, Tailândia e Indonésia são os maiores produtores do mundo, respondendo por 27% e 29% da produção total mundial, respectivamente. O Brasil, que no início do século XX detinha o monopólio da produção mundial, hoje responde por apenas 1,2%, não conseguindo sequer suprir as necessidades da indústria consumidora instalada no país.
Há uma demanda enorme por borracha natural da China, esta demanda está colaborando para que os preços do quilo do látex naturais aumentem ainda mais.
Não foi encontrado até hoje, e provavelmente nunca será desenvolvido um substituto economicamente viável e que tenha as mesmas propriedades da borracha natural:
Capacidade de recuperação rápida da forma original;
Capacidade de suportar alta tensão (elasticidade);
Alta resistência à abrasão e impacto;
Alta resistência a mudanças bruscas de temperatura.
Um substituto para a borracha natural é a borracha sintética, porem esta não é eficiente no caso de produção de pneus, por uma questão de performance. Para o inverno europeu, será muito difícil desenvolver um pneu de alto desempenho sem o látex natural. Mas há também um outro ponto. Um pneu 100% sintético teria seu preço movido pelo petróleo, que também tem subido de forma astronômica. Portanto, é possível que a borracha continue a ser competitiva e insubstituível.
O que falta ao Brasil para exportar borracha?
(Essas informações se baseiam em pesquisa feita por Victor Romano)
segunda-feira, 21 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
Coordenação Monetária Internacional
Uma das raizes dos problemas atuais está na ausência de coordenação monetária internacional. Já foi pauta da reunião do G-20 a necessidade de revisão do atual modelo. Periodicamente, os EUA questionam e pressionam a China a valorizar o Yuan. Justificam argumentando ser necessário para reestabelecer o equilíbrio no Balanço de Pagamentos e buscam apoio dos demais países para pressionar os chineses. Aos demais países incomoda a desvalorização do Yuan pois esta torna os produtos chineses relativamente mais baratos e suas empresas tem dificuldade em competir com as empresas chinesas.
Enquanto a China não migra do atual regime de cambio fixo para um regime de cambio flexível, EUA buscam desvalorizar sua moeda através de um aumento na oferta desta. O que podemos enxergar com facilidade é o baixo preço dos produtos chineses e a queda no preço do dólar.
Nesta quebra de braço temos um elemento novo: o Tsunami no Japão e a necessidade de reconstrução da economia Japonesa.
O Japão é o segundo maior comprador de títulos da dívida norte americana. Como hoje são necessários recursos para reconstruir o que foi destruido pelo terremoto e pelo tsunami, seria bastante razoável imaginar que os Japoneses possam vender esses títulos e com isso conseguir os dólares necessários. Mas, um aumento na venda dos títulos americanos provocaria uma queda no preço destes e um aumento na taxa de juros. Desta ação resultaria um movimento de valorização do dólar, mais escasso. Neste momento, tudo o que o governo americano não deseja é que isto ocorra. Uma valorização do dólar tornaria as exportações americanas mais caras em termos relativos e pioraria o resultado do Balanço de Pagamentos.
Ação e reação dos diversos bancos centrais poderia gerar uma grande instabilidade nos mercados financeiros internacionais. Para evitar especulações, países como Canadá, Inglaterra e o Banco Central Europeu cooperam no sentido de desvalorizar o Yen. Uma desvalorização da moeda japonesa aumenta as exportações do Japão ajudando sua economia. Ainda, cria espaço para uma política monetária expansionista no Japão e esta pode auxiliar a criar recursos para a reconstrução.
Provavelmente, vamos assistir uma queda no preço do Yen e, sempre em termos relativos, um aumento no preço do dólar, libra e euro.
Enquanto a China não migra do atual regime de cambio fixo para um regime de cambio flexível, EUA buscam desvalorizar sua moeda através de um aumento na oferta desta. O que podemos enxergar com facilidade é o baixo preço dos produtos chineses e a queda no preço do dólar.
Nesta quebra de braço temos um elemento novo: o Tsunami no Japão e a necessidade de reconstrução da economia Japonesa.
O Japão é o segundo maior comprador de títulos da dívida norte americana. Como hoje são necessários recursos para reconstruir o que foi destruido pelo terremoto e pelo tsunami, seria bastante razoável imaginar que os Japoneses possam vender esses títulos e com isso conseguir os dólares necessários. Mas, um aumento na venda dos títulos americanos provocaria uma queda no preço destes e um aumento na taxa de juros. Desta ação resultaria um movimento de valorização do dólar, mais escasso. Neste momento, tudo o que o governo americano não deseja é que isto ocorra. Uma valorização do dólar tornaria as exportações americanas mais caras em termos relativos e pioraria o resultado do Balanço de Pagamentos.
Ação e reação dos diversos bancos centrais poderia gerar uma grande instabilidade nos mercados financeiros internacionais. Para evitar especulações, países como Canadá, Inglaterra e o Banco Central Europeu cooperam no sentido de desvalorizar o Yen. Uma desvalorização da moeda japonesa aumenta as exportações do Japão ajudando sua economia. Ainda, cria espaço para uma política monetária expansionista no Japão e esta pode auxiliar a criar recursos para a reconstrução.
Provavelmente, vamos assistir uma queda no preço do Yen e, sempre em termos relativos, um aumento no preço do dólar, libra e euro.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Negócios com a China
Em iniciativa pioneira, a PUC-SP promove, em parceria com a BG Consultoria Cultural e com apoio da CBCDE e SOBEET, o curso "Negócios com a China: Ambiente Cultural e Econômico".
O pioneirismo desta iniciativa refere-se ao fato de promover o debate deste tema com professores universitários, especialistas da iniciativa privada e empresários que já realizam negócios com a China, por meio de abordagens inovadoras, que relacionam cultura e economia.
O curso pretende preparar empresários, acadêmicos e profissionais em geral, que atuam em comércio exterior e no plano da cultura internacional, em especial com a China. O objetivo é que possam dominar os conceitos e ferramentas de gestão intercultural, por meio do estudo, da reflexão e de vivências que permitam compreender o lugar que a China ocupa no cenário mundial e na agenda das relações comerciais, culturais e institucionais do Brasil.
Durante o curso, serão apresentados casos de duas empresas brasileiras com experiências no comércio com a China, com a participação de seus diretores. Os estudantes também participarão de duas atividades especiais: uma cerimônia do chá e um banquete chinês.
Mais informações sobre o curso podem ser obtidas em http://cogeae.pucsp.br/cogeae/curso/2823
No próximo dia 17/03, quinta-feira, das 19h30 às 20h30, será realizada sessão de apresentação aberta ao público, para divulgar os objetivos e diferenciais do curso (Campus Perdizes da PUC-SP, Rua Monte Alegre 984, Auditório 100, 1o andar, Prédio Novo).
O pioneirismo desta iniciativa refere-se ao fato de promover o debate deste tema com professores universitários, especialistas da iniciativa privada e empresários que já realizam negócios com a China, por meio de abordagens inovadoras, que relacionam cultura e economia.
O curso pretende preparar empresários, acadêmicos e profissionais em geral, que atuam em comércio exterior e no plano da cultura internacional, em especial com a China. O objetivo é que possam dominar os conceitos e ferramentas de gestão intercultural, por meio do estudo, da reflexão e de vivências que permitam compreender o lugar que a China ocupa no cenário mundial e na agenda das relações comerciais, culturais e institucionais do Brasil.
Durante o curso, serão apresentados casos de duas empresas brasileiras com experiências no comércio com a China, com a participação de seus diretores. Os estudantes também participarão de duas atividades especiais: uma cerimônia do chá e um banquete chinês.
Mais informações sobre o curso podem ser obtidas em http://cogeae.pucsp.br/cogeae/curso/2823
No próximo dia 17/03, quinta-feira, das 19h30 às 20h30, será realizada sessão de apresentação aberta ao público, para divulgar os objetivos e diferenciais do curso (Campus Perdizes da PUC-SP, Rua Monte Alegre 984, Auditório 100, 1o andar, Prédio Novo).
Japão, EUA, e o preço do dólar
O Japão é o segundo maior proprietário de títulos do tesouro Americano. Em primeiro está a China, depois do Japão a Inglaterra e, na sequência Países Exportadores de Petróleo e Brasil.
Com o Tsunami e a necessidade de recursos para a reconstrução do país, investidores temem que o Japão venda parte dos títulos possuídos para obter os dólares necessários. Neste caso, haveria um aumento na demanda por dólares ou, de forma equivalente, uma queda no preço dos títulos americanos. De qualquer forma, isso pressionaria a taxa de juros americana. Desta forma, considerando que o Brasil é uma economia aberta com poucas restrições ao fluxo de capitais, uma possível saída de capitais elevaria a taxa de câmbio Real/Dólar.
Mas, cientes dos impactos decorrentes da decisão possível de o Japão vender parte de seus títulos, o Governo Americano sinalizou com a possibilidade de ajudar o Japão. Neste caso, as opções vão desde a concessão de empréstimos baratos através de operações de redesconto ou swap (troca) cambial. Em ambos, haveria um aumento na disponibilidade de dólares o que contribuiria para uma desvalorização do dólar.
Portanto, o cenário é bastante incerto. Será que o dólar vai se valorizar ou desvalorizar nas próximas semanas? O que vocês acham?
Com o Tsunami e a necessidade de recursos para a reconstrução do país, investidores temem que o Japão venda parte dos títulos possuídos para obter os dólares necessários. Neste caso, haveria um aumento na demanda por dólares ou, de forma equivalente, uma queda no preço dos títulos americanos. De qualquer forma, isso pressionaria a taxa de juros americana. Desta forma, considerando que o Brasil é uma economia aberta com poucas restrições ao fluxo de capitais, uma possível saída de capitais elevaria a taxa de câmbio Real/Dólar.
Mas, cientes dos impactos decorrentes da decisão possível de o Japão vender parte de seus títulos, o Governo Americano sinalizou com a possibilidade de ajudar o Japão. Neste caso, as opções vão desde a concessão de empréstimos baratos através de operações de redesconto ou swap (troca) cambial. Em ambos, haveria um aumento na disponibilidade de dólares o que contribuiria para uma desvalorização do dólar.
Portanto, o cenário é bastante incerto. Será que o dólar vai se valorizar ou desvalorizar nas próximas semanas? O que vocês acham?
CDC e LEASING
Sincronicidade? Talvez.... O fato é que ontem, durante o curso de Gestão Estratégica, onde eu ministro a disciplina "Cenários e Tendências Econômicas", os alunos perguntaram sobre a diferença entre CDC e Leasing. Hoje, me solicitaram uma entrevista sobre o assunto. Bem, aproveito o interesse para postar no Blog uma explicação simples sobre o assunto:
O que é Leasing? É um contrato de arrendamento mercantil.
A palavra "arrendamento" significa "aluguel ou contrato pelo qual alguém cede a outrem, por certo tempo e preço, o uso e gozo de coisa não fungível (geralmente imóveis)" ; in: Novo Aurélio, Dicionário, Editora Nova Fronteira. Na mesma fonte, podemos encontrar o significado de "fungível", que é "que se gasta", "que se consome".
Portanto, o leasing não se enquadra em uma operação de financiamento embora muitos contratem operações de leasing com esta intenção. Nos contratos de arrendamento mercantil ou leasing, o bem é de propriedade do arrendador ou instituição financeira. O arrendatário (cliente que pode ser pessoa física ou jurídica), mediante pagamento mensal garante a posse e o direito de uso do bem que pode ser um computador, um carro ou um imóvel, por exemplo.
É comum haver a opção de compra para o arrendatário. É possível também que no término do contrato exista um valor residual a ser pago pelo cliente.
O prazo mínimo para os contratos de leasing é de 24 meses para veículos e de 36 meses para equipamentos e bens imóveis.
Como o bem adquirido não é de propriedade do cliente, as despesas de seguro, manutenção, registro do contrato e outros podem ser de responsabilidade tanto do arrendador, quanto do arrendatário. Depende do que foi combinado e explicitado em contrato.
Como o leasing não é uma operação de financiamento, não incide sobre esta modalidade de contrato o imposto sobre operações financeiras (IOF). Mas, como se trata de uma prestação de serviços, incide o Imposto sobre Serviços (ISS).
O CDC é, por sua vez, uma modalidade de financiamento. O bem, seja ele um veículo ou um equipamento, é de propriedade do cliente. A Instituição Financeira faz um empréstimo com o qual o cliente compra o bem desejado. Neste caso, é cobrado o imposto sobre operações financeiras (IOF).
Em resumo:
No leasing, quem compra o bem é a Instituição Financeira. O cliente, pessoa física ou jurídica, paga um "aluguel" e ao final do contrato pode exercer a opção de compra do bem. A "quitação" da operação só pode ser feita após o prazo mínimo exigido pela legislação. O pagamento antecipado do "arrendamento" ou "aluguel" pode ser feito. Neste caso, não há desconto de juros pois não se trata de operação de financiamento. O leasing costuma ser mais "barato" pois o bem é de propriedade do arrendador e não incide IOF sobre esta operação.
O CDC é uma operação de financiamento. O cliente pagará parcelas do empréstimo acrescidos de juros. O bem é de propriedade do cliente após a compra com o financiamento. A "quitação" poderá ser feita a qualquer momento e o pagamento antecipado das parcelas se beneficia do desconto dos juros incluido nas parcelas futuras. Na operação de CDC o risco para a Instituição Financeira é maior pois o bem não será de sua propriedade. O custo do CDC está um pouco superior ao leasing por este motivo e em função do valor do IOF.
Para declarar no Imposto de Renda, deve-se observar o seguinte:
No caso de operações com CDC, a compra do bem deve ser declarada em Bens e Direitos e, a dívida do CDC em Dívidas e Ônus Reais.
No caso de operações de leasing, o registro depende da opção de compra. Quando a opção de compra ainda não for exercida, declaramos o bem em Bens e Direitos com o código (96) e na discriminação informe o valor dos pagamentos já efetuados, os dados do bem e do Contratante.
Se existir a opção de compra no contrato, informe o valor do bem no exercício anterior e no exercício atual. Vá para o item Dívidas e Ônus Reais e declare o saldo da dívida.
O que é Leasing? É um contrato de arrendamento mercantil.
A palavra "arrendamento" significa "aluguel ou contrato pelo qual alguém cede a outrem, por certo tempo e preço, o uso e gozo de coisa não fungível (geralmente imóveis)" ; in: Novo Aurélio, Dicionário, Editora Nova Fronteira. Na mesma fonte, podemos encontrar o significado de "fungível", que é "que se gasta", "que se consome".
Portanto, o leasing não se enquadra em uma operação de financiamento embora muitos contratem operações de leasing com esta intenção. Nos contratos de arrendamento mercantil ou leasing, o bem é de propriedade do arrendador ou instituição financeira. O arrendatário (cliente que pode ser pessoa física ou jurídica), mediante pagamento mensal garante a posse e o direito de uso do bem que pode ser um computador, um carro ou um imóvel, por exemplo.
É comum haver a opção de compra para o arrendatário. É possível também que no término do contrato exista um valor residual a ser pago pelo cliente.
O prazo mínimo para os contratos de leasing é de 24 meses para veículos e de 36 meses para equipamentos e bens imóveis.
Como o bem adquirido não é de propriedade do cliente, as despesas de seguro, manutenção, registro do contrato e outros podem ser de responsabilidade tanto do arrendador, quanto do arrendatário. Depende do que foi combinado e explicitado em contrato.
Como o leasing não é uma operação de financiamento, não incide sobre esta modalidade de contrato o imposto sobre operações financeiras (IOF). Mas, como se trata de uma prestação de serviços, incide o Imposto sobre Serviços (ISS).
O CDC é, por sua vez, uma modalidade de financiamento. O bem, seja ele um veículo ou um equipamento, é de propriedade do cliente. A Instituição Financeira faz um empréstimo com o qual o cliente compra o bem desejado. Neste caso, é cobrado o imposto sobre operações financeiras (IOF).
Em resumo:
No leasing, quem compra o bem é a Instituição Financeira. O cliente, pessoa física ou jurídica, paga um "aluguel" e ao final do contrato pode exercer a opção de compra do bem. A "quitação" da operação só pode ser feita após o prazo mínimo exigido pela legislação. O pagamento antecipado do "arrendamento" ou "aluguel" pode ser feito. Neste caso, não há desconto de juros pois não se trata de operação de financiamento. O leasing costuma ser mais "barato" pois o bem é de propriedade do arrendador e não incide IOF sobre esta operação.
O CDC é uma operação de financiamento. O cliente pagará parcelas do empréstimo acrescidos de juros. O bem é de propriedade do cliente após a compra com o financiamento. A "quitação" poderá ser feita a qualquer momento e o pagamento antecipado das parcelas se beneficia do desconto dos juros incluido nas parcelas futuras. Na operação de CDC o risco para a Instituição Financeira é maior pois o bem não será de sua propriedade. O custo do CDC está um pouco superior ao leasing por este motivo e em função do valor do IOF.
Para declarar no Imposto de Renda, deve-se observar o seguinte:
No caso de operações com CDC, a compra do bem deve ser declarada em Bens e Direitos e, a dívida do CDC em Dívidas e Ônus Reais.
No caso de operações de leasing, o registro depende da opção de compra. Quando a opção de compra ainda não for exercida, declaramos o bem em Bens e Direitos com o código (96) e na discriminação informe o valor dos pagamentos já efetuados, os dados do bem e do Contratante.
Se existir a opção de compra no contrato, informe o valor do bem no exercício anterior e no exercício atual. Vá para o item Dívidas e Ônus Reais e declare o saldo da dívida.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Japão

As imagens do tsunami e do terremoto que atingiram o Japão nos deixam sem palavras! Mas, um olhar mais apurado nos faz perceber que há riscos diversos associados à economia Japonesa.
Após a crise dos anos 90, as taxas de crescimento do PIB cairam significativamente e o fenômeno da deflação persistiu. Apesar disso, apenas no ano passado o PIB Chinês ultrapassou em termos reais o PIB Japonês.
A crise de 2008 também atingiu a economia japonesa. A taxa de desemprego cresceu e também os salários nominais.
As crises e os pacotes de estímulo ampliaram os déficits governamentais e a dívida japonesa ultrapassa hoje os 180% do PIB. Espera-se que ultrapasse 200% em 2011. O envelhecimento da população agrava esta situação.
O tsunami comprometeu parte da capacidade produtiva Japonesa em setores importantes como a indústria de máquinas e equipamentos e a indústria de base. Desta forma, podemos prever um aumento na percepção de risco com relação aos títulos da dívida japonesa.
O envelhecimento, a dívida, o risco de vazamento nuclear, a diminuição na poupança interna, a forte dependência da economia mundial, entre outros fatores nos faz pensar em quão difícil será para os japoneses enfrentar o que está por vir.
Após a crise dos anos 90, as taxas de crescimento do PIB cairam significativamente e o fenômeno da deflação persistiu. Apesar disso, apenas no ano passado o PIB Chinês ultrapassou em termos reais o PIB Japonês.
A crise de 2008 também atingiu a economia japonesa. A taxa de desemprego cresceu e também os salários nominais.
As crises e os pacotes de estímulo ampliaram os déficits governamentais e a dívida japonesa ultrapassa hoje os 180% do PIB. Espera-se que ultrapasse 200% em 2011. O envelhecimento da população agrava esta situação.
O tsunami comprometeu parte da capacidade produtiva Japonesa em setores importantes como a indústria de máquinas e equipamentos e a indústria de base. Desta forma, podemos prever um aumento na percepção de risco com relação aos títulos da dívida japonesa.
O envelhecimento, a dívida, o risco de vazamento nuclear, a diminuição na poupança interna, a forte dependência da economia mundial, entre outros fatores nos faz pensar em quão difícil será para os japoneses enfrentar o que está por vir.
A importância de controlar gastos públicos
Há uma estreita relação entre a política fiscal e a política monetária. A forma mais simples de compreender esta relação pode ser compreendida com uma pergunta: como um Estado Nacional pode gastar mais do que a sua receita ou arrecadação tributária? A resposta é: ele pode contrair dívidas ou imprimir dinheiro. No Brasil, vedamos o financiamento do Governo direta ou indiretamente pelo Banco Central. Portanto, déficits orçamentários são cobertos através da contração de novas dívidas. Esta medida evita o descontrole monetário, auxilia no controle da inflação e no controle cambial.
Na Europa, por força da União Européia e do uso de uma moeda única, os Estados Nacionais vivem situações semelhantes. Não é possível financiar déficits com emissões monetárias. Portanto, a existência de déficits leva a uma elevação do endividamento.
Países como Grécia, Espanha, Portugal, Italia e Irlanda (PIIGS) possuem dívidas elevadas. Nesta semana, a classificação de risco da Espanha foi rebaixado pela Standard & Poors.
As dívidas de hoje destes países correspondem a déficits orçamentários no passado. Estes, por sua vez, estão relacionados à fraca arrecadação tributária e a pesados gastos do governo. Um aumento na arrecadação hoje permitiria o pagamento das dívidas. No entanto, o aumento na arrecadação depende de um crescimento no nível de atividade. Uma desvalorização monetária seria bem vinda neste contexto pois permitiria um aumento das exportações ao torná-las relativamente mais baratas. Mas, a política monetária européia é realizada pelo Banco Central Europeu onde os países que pertencem à União Européia tem participação na tomada de decisões.
Recentemente, em função da melhora nas exportações da Alemanha e França e, em função da elevação da inflação, o presidente do Banco Central Europeu anunciou ser possível uma elevação dos juros. Neste caso, a moeda européia se apreciaria deteriorando rapidamente a capacidade de exportação dos PIIGS e aumentando a percepção de risco dos mercados associadas aos títulos emitidos por estes.
Há portanto, sérias dúvidas com relação ao valor do Euro e mesmo com relação à continuidade do formato atual. O que prevalecerá será a situação de crise de parte dos países da Comunidade Européia ou a necessidade de controlar o nível de preços?
Na Europa, por força da União Européia e do uso de uma moeda única, os Estados Nacionais vivem situações semelhantes. Não é possível financiar déficits com emissões monetárias. Portanto, a existência de déficits leva a uma elevação do endividamento.
Países como Grécia, Espanha, Portugal, Italia e Irlanda (PIIGS) possuem dívidas elevadas. Nesta semana, a classificação de risco da Espanha foi rebaixado pela Standard & Poors.
As dívidas de hoje destes países correspondem a déficits orçamentários no passado. Estes, por sua vez, estão relacionados à fraca arrecadação tributária e a pesados gastos do governo. Um aumento na arrecadação hoje permitiria o pagamento das dívidas. No entanto, o aumento na arrecadação depende de um crescimento no nível de atividade. Uma desvalorização monetária seria bem vinda neste contexto pois permitiria um aumento das exportações ao torná-las relativamente mais baratas. Mas, a política monetária européia é realizada pelo Banco Central Europeu onde os países que pertencem à União Européia tem participação na tomada de decisões.
Recentemente, em função da melhora nas exportações da Alemanha e França e, em função da elevação da inflação, o presidente do Banco Central Europeu anunciou ser possível uma elevação dos juros. Neste caso, a moeda européia se apreciaria deteriorando rapidamente a capacidade de exportação dos PIIGS e aumentando a percepção de risco dos mercados associadas aos títulos emitidos por estes.
Há portanto, sérias dúvidas com relação ao valor do Euro e mesmo com relação à continuidade do formato atual. O que prevalecerá será a situação de crise de parte dos países da Comunidade Européia ou a necessidade de controlar o nível de preços?
sábado, 12 de março de 2011
Infraestrutura Portuária

O transporte marítimo é responsável por 90% do transporte de mercadorias (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior- Secretaria de Comércio Exterior- Operadores de Transporte Multimodais, p. 05), daí a necessidade de chamar atenção para os problemas que envolvem este modal de transporte.
Hoje o Brasil possui 82 portos e terminais segundo a Antaq (Anuário Estatístico Portuário 2007, http://www.antaq.gov.br/Portal/Anuarios/Portuario2007/Index.htm), sob regime de concessão a governos estaduais, concessão a entidades privadas, delegação a governos estaduais e municipais, autorização a governo estadual, administrados por empresas vinculadas ao ministério dos transportes e por fim, terminais de uso privativo.
Os portos brasileiros, com excessão aos terminais de uso privado, sofrem com atrasos tecnológicos, burocracia e ineficiência administrativa, para citar alguns dos principais problemas. Esta situação reflete na produtividade portuária, aumentando o tempo de espera dos navios para atracagem, e aumentando o custo na movimentação de mercadorias.
Na visita feita à China, no ano passado, conhecemos o Porto de Tianjin. Tianjin fica a 170 km de Beijing. Lembra um pouco Santos e São Paulo. Há um trem bala que liga as duas cidades. É possível estar em Beijing em apenas 20 minutos.
O porto de Tianjin é bastante antigo. Mas, recentemente, os Chineses decidiram ampliar o porto fazendo uma dragagem. A exemplo do que foi feito em Dubai, os Chineses avançaram 44 km para dentro do mar permitindo que os navios aportem em ambos os lados do "braço" estendido. É considerado o maior porto criado por mãos humanas no mundo!
O que mais me chamou a atenção foi o destino dado à imensa área entre os dois lados do "braço" criado e não a ampliação da capacidade de aportar navios. Entre esses dois lados não está a administração do porto. Foram criados lotes e, nestes, fábricas! Isso mesmo. É quase como se as fábricas enfiassem o pé no container e o empurrassem para dentro dos navios! Sem custos! Encurtaram o tempo entre fabricar e embarcar e, de quebra, economizaram com combustíveis, estradas, caminhões, etc...
Deu para entender que não é apenas a taxa de câmbio que explica a competitividade chinesa?????
sexta-feira, 11 de março de 2011
Necessidade de Financiamento dos Gastos Pùblicos
A habilidade do governo brasileiro de manter o crescimento durante a crise de 2008 nos deu a falsa impressão de estarmos não apenas na rota dos BRIC’s como a segurança de um governo capaz de nos conduzir rumo ao sonhado desenvolvimento econômico.
Os últimos anos do segundo mandato do presidente Lula mostraram o vigor do mercado doméstico e as possibilidades de crescimento da produção voltadas ao mercado de baixa renda. Contudo, as ambições político partidárias ampliaram os gastos do setor público minando as possibilidades de um ajuste fiscal e de uma redução da carga tributária.
Os desafios que se colocavam em 2007 permanecem. Desafios estes agravados por um cenário internacional desfavorável (inflação projetada e contração monetária em várias economias). Necessitamos investir em infraestrutura, logística e reduzir o "custo Brasil". Para isto, precisaremos de recursos. Estes recursos poderiam ser obtidos no mercado doméstico ou no mercado externo.
Para alimentar a voracidade do Estado, a arrecadação do Imposto de Renda de Pessoas Físicas cresceu 235% no periodo compreendido entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010. Para o mesmo período, a arrecadação de Pessoas Jurídicas cresceu apenas 51%. Estes números assustam quando os comparamos com o crescimento da arrecadação no período janeiro de 1994 a dezembro de 2002 para Pessoas Físicas e Jurídias que foi, respectivamente, de 44% e 48%.
Desta forma, parcela significativa da renda não se torna disponível para decisões de poupança ou consumo.
Ainda, apesar da redução da participação da Dívida/PIB de 60,4% em 2002 para 40,4% em 2010, a competição entre o setor público e o privado pela captação da escassa poupança doméstica pressiona as taxas de juros, tornando atrativas as aplicações financeiras em detrimento de investimentos produtivos.
Assim, fica a dúvida: devemos orientar o crescimento da produção para o mercado doméstico ou para o mercado externo? Em tempo, seria agora um momento oportuno para a internacionalização de empresas brasileiras?
Os últimos anos do segundo mandato do presidente Lula mostraram o vigor do mercado doméstico e as possibilidades de crescimento da produção voltadas ao mercado de baixa renda. Contudo, as ambições político partidárias ampliaram os gastos do setor público minando as possibilidades de um ajuste fiscal e de uma redução da carga tributária.
Os desafios que se colocavam em 2007 permanecem. Desafios estes agravados por um cenário internacional desfavorável (inflação projetada e contração monetária em várias economias). Necessitamos investir em infraestrutura, logística e reduzir o "custo Brasil". Para isto, precisaremos de recursos. Estes recursos poderiam ser obtidos no mercado doméstico ou no mercado externo.
Para alimentar a voracidade do Estado, a arrecadação do Imposto de Renda de Pessoas Físicas cresceu 235% no periodo compreendido entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010. Para o mesmo período, a arrecadação de Pessoas Jurídicas cresceu apenas 51%. Estes números assustam quando os comparamos com o crescimento da arrecadação no período janeiro de 1994 a dezembro de 2002 para Pessoas Físicas e Jurídias que foi, respectivamente, de 44% e 48%.
Desta forma, parcela significativa da renda não se torna disponível para decisões de poupança ou consumo.
Ainda, apesar da redução da participação da Dívida/PIB de 60,4% em 2002 para 40,4% em 2010, a competição entre o setor público e o privado pela captação da escassa poupança doméstica pressiona as taxas de juros, tornando atrativas as aplicações financeiras em detrimento de investimentos produtivos.
Assim, fica a dúvida: devemos orientar o crescimento da produção para o mercado doméstico ou para o mercado externo? Em tempo, seria agora um momento oportuno para a internacionalização de empresas brasileiras?
quinta-feira, 3 de março de 2011
Indicadores Fiscais
O resultado primário e o resultado nominal são dois indicares fiscais de suma importância. O primeiro se refere à diferença entre as Receitas do Governo e as Despesas. A forma de cálculo é relativamente simples. A receita total do governo federal é composta de contribuições, impostos, receitas tributárias e outros. Parte da receita bruta mensal é distribuida entre estados e municipios. O que sobra, chamamos de receita líquida. Portanto, Receita líquida é igual à Receita Bruta menos as Transferências a Estados e Municípios.
Com a receita líquida, o governo paga as despesas com funcionários, previdência ou aposentadoria, seguro saúde, custeia as escolas, hospitais, penitenciárias e faz novas obras, constroi estradas, portos, etc.
O que sobra, chamamos de resultado primário. Muitas vezes esse resultado é positivo e, em algumas negativo. Quando o resultado é positivo, ainda resta a conta dos juros a pagar.
Isso mesmo. Pagamos mensalmente juros sobre dívidas contraídas no passado. Normalmente, o resultado primário é insuficiente para pagar as despesas com juros. Temos com alguma frequencia , portanto, resultado nominal negativo. O Resultado Nominal é calculado subtraindo da Receita Líquida as Despesas Totais e o Pagamento dos Juros.
Quando o resultado nominal do governo é negativo, é necessário obter outras fontes de recursos, não tributárias, para pagar as contas.
Com a receita líquida, o governo paga as despesas com funcionários, previdência ou aposentadoria, seguro saúde, custeia as escolas, hospitais, penitenciárias e faz novas obras, constroi estradas, portos, etc.
O que sobra, chamamos de resultado primário. Muitas vezes esse resultado é positivo e, em algumas negativo. Quando o resultado é positivo, ainda resta a conta dos juros a pagar.
Isso mesmo. Pagamos mensalmente juros sobre dívidas contraídas no passado. Normalmente, o resultado primário é insuficiente para pagar as despesas com juros. Temos com alguma frequencia , portanto, resultado nominal negativo. O Resultado Nominal é calculado subtraindo da Receita Líquida as Despesas Totais e o Pagamento dos Juros.
Quando o resultado nominal do governo é negativo, é necessário obter outras fontes de recursos, não tributárias, para pagar as contas.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Conta Capital e Financeira
O Balanço de Pagamentos é composto da Conta de Transações Correntes (ver postagem anterior) e da Conta Capital e Financeira. Nesta última são registradas as operações entre residentes e não residentes que se referem a Investimentos Diretos, Operações com Derivativos e outros Investimentos.
Quando uma empresa estrangeira decide se instalar no Brasil, ela faz investimentos diretos construindo uma fábrica nova. Portanto, a expectativa de lucro, o vigor da economia brasileira e as oportunidades de novos negócios atraem esse tipo de investimentos.
Os investimentos em carteira ocorrem quando a expectativa de ganho da aplicação financeira dentro do país é superior a outras alternativas. Assim, quando o Brasil eleva as taxas de juros internas, como a Selic, ele torna a aplicação de recursos aqui mais atraente. Quando as taxas de juros em outros países se eleva, essa atratividade se reduz. Os investimentos são reorientados para as economias que "prometem" pagar juros mais elevados e há saida de capitais.
Uma expectativa de valorização monetária também atrai um volume maior de investimentos financeiros. Imagine-se morando fora do Brasil e enviando 100 dólares para aplicar no país. Ao entrar, será necessário converter os dólares em reais para poder realizar a aplicação. Imagine que a taxa de câmbio no momento da entrada seja de R$2,00 (dois reais). Assim, cem dólares serão trocados por duzentos reais. Agora, imagine que um mês depois você ainda tem apenas duzentos reais e decide tirá-los do Brasil para enviar ao país onde você reside (o país de sua imaginação). Se o preço do dólar em um mês cair para R$1,00 (um real), você poderá comprar 200 dólares e terá feito um ganho de cem por cento em um mês. Note que a valorização do real, são necessários menos reais para comprar um dólar, aumenta os ganhos associados ao investimento externo financeiro. O contrário é verdadeiro!
As Operações com Derivativos serão explicadas em um post específico!
Quando uma empresa estrangeira decide se instalar no Brasil, ela faz investimentos diretos construindo uma fábrica nova. Portanto, a expectativa de lucro, o vigor da economia brasileira e as oportunidades de novos negócios atraem esse tipo de investimentos.
Os investimentos em carteira ocorrem quando a expectativa de ganho da aplicação financeira dentro do país é superior a outras alternativas. Assim, quando o Brasil eleva as taxas de juros internas, como a Selic, ele torna a aplicação de recursos aqui mais atraente. Quando as taxas de juros em outros países se eleva, essa atratividade se reduz. Os investimentos são reorientados para as economias que "prometem" pagar juros mais elevados e há saida de capitais.
Uma expectativa de valorização monetária também atrai um volume maior de investimentos financeiros. Imagine-se morando fora do Brasil e enviando 100 dólares para aplicar no país. Ao entrar, será necessário converter os dólares em reais para poder realizar a aplicação. Imagine que a taxa de câmbio no momento da entrada seja de R$2,00 (dois reais). Assim, cem dólares serão trocados por duzentos reais. Agora, imagine que um mês depois você ainda tem apenas duzentos reais e decide tirá-los do Brasil para enviar ao país onde você reside (o país de sua imaginação). Se o preço do dólar em um mês cair para R$1,00 (um real), você poderá comprar 200 dólares e terá feito um ganho de cem por cento em um mês. Note que a valorização do real, são necessários menos reais para comprar um dólar, aumenta os ganhos associados ao investimento externo financeiro. O contrário é verdadeiro!
As Operações com Derivativos serão explicadas em um post específico!
terça-feira, 1 de março de 2011
Balança Comercial
Percebo que muitos confundem o Balanço de Pagamentos com as Contas do Governo ou o Balanço de Pagamentos com a Balança Comercial.
A Balança Comercial é parte do Balanço de Pagamentos. Nele, fazemos os registros das negociações entre residentes e não residentes. A depender do tipo de transação, fazemos o registros em contas diferentes. Por exemplo, quando realizamos trocas de produtos tangíveis como café, soja ou algodão, registramos a transação na Balança Comercial. Se vendemos o produto, vamos registrar com o sinal positivo, indicando uma exportação. Se compramos, vamos registrar com o sinal negativo indicando uma exportação. Agora, quando a transação se refere a uma venda de software, pacote de turismo ou serviços bancários, registramos a transação na Balança de Serviços. Se por acaso a transação se referir a uma renda como o pagamento ou recebimento de juros, faremos o registro na conta de Rendas. Por fim, doações entre partidos, igrejas ou Organizações não Governamentais nós registramos em Transferências Unilaterais.
Este conjunto de contas - Balança Comercial, Balanço de Serviços, Balanço de Rendas e Transferências Unilaterais - constitui a conta Transações Correntes do Balanço de Pagamentos.
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