Uma das raizes dos problemas atuais está na ausência de coordenação monetária internacional. Já foi pauta da reunião do G-20 a necessidade de revisão do atual modelo. Periodicamente, os EUA questionam e pressionam a China a valorizar o Yuan. Justificam argumentando ser necessário para reestabelecer o equilíbrio no Balanço de Pagamentos e buscam apoio dos demais países para pressionar os chineses. Aos demais países incomoda a desvalorização do Yuan pois esta torna os produtos chineses relativamente mais baratos e suas empresas tem dificuldade em competir com as empresas chinesas.
Enquanto a China não migra do atual regime de cambio fixo para um regime de cambio flexível, EUA buscam desvalorizar sua moeda através de um aumento na oferta desta. O que podemos enxergar com facilidade é o baixo preço dos produtos chineses e a queda no preço do dólar.
Nesta quebra de braço temos um elemento novo: o Tsunami no Japão e a necessidade de reconstrução da economia Japonesa.
O Japão é o segundo maior comprador de títulos da dívida norte americana. Como hoje são necessários recursos para reconstruir o que foi destruido pelo terremoto e pelo tsunami, seria bastante razoável imaginar que os Japoneses possam vender esses títulos e com isso conseguir os dólares necessários. Mas, um aumento na venda dos títulos americanos provocaria uma queda no preço destes e um aumento na taxa de juros. Desta ação resultaria um movimento de valorização do dólar, mais escasso. Neste momento, tudo o que o governo americano não deseja é que isto ocorra. Uma valorização do dólar tornaria as exportações americanas mais caras em termos relativos e pioraria o resultado do Balanço de Pagamentos.
Ação e reação dos diversos bancos centrais poderia gerar uma grande instabilidade nos mercados financeiros internacionais. Para evitar especulações, países como Canadá, Inglaterra e o Banco Central Europeu cooperam no sentido de desvalorizar o Yen. Uma desvalorização da moeda japonesa aumenta as exportações do Japão ajudando sua economia. Ainda, cria espaço para uma política monetária expansionista no Japão e esta pode auxiliar a criar recursos para a reconstrução.
Provavelmente, vamos assistir uma queda no preço do Yen e, sempre em termos relativos, um aumento no preço do dólar, libra e euro.
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