A habilidade do governo brasileiro de manter o crescimento durante a crise de 2008 nos deu a falsa impressão de estarmos não apenas na rota dos BRIC’s como a segurança de um governo capaz de nos conduzir rumo ao sonhado desenvolvimento econômico.
Os últimos anos do segundo mandato do presidente Lula mostraram o vigor do mercado doméstico e as possibilidades de crescimento da produção voltadas ao mercado de baixa renda. Contudo, as ambições político partidárias ampliaram os gastos do setor público minando as possibilidades de um ajuste fiscal e de uma redução da carga tributária.
Os desafios que se colocavam em 2007 permanecem. Desafios estes agravados por um cenário internacional desfavorável (inflação projetada e contração monetária em várias economias). Necessitamos investir em infraestrutura, logística e reduzir o "custo Brasil". Para isto, precisaremos de recursos. Estes recursos poderiam ser obtidos no mercado doméstico ou no mercado externo.
Para alimentar a voracidade do Estado, a arrecadação do Imposto de Renda de Pessoas Físicas cresceu 235% no periodo compreendido entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010. Para o mesmo período, a arrecadação de Pessoas Jurídicas cresceu apenas 51%. Estes números assustam quando os comparamos com o crescimento da arrecadação no período janeiro de 1994 a dezembro de 2002 para Pessoas Físicas e Jurídias que foi, respectivamente, de 44% e 48%.
Desta forma, parcela significativa da renda não se torna disponível para decisões de poupança ou consumo.
Ainda, apesar da redução da participação da Dívida/PIB de 60,4% em 2002 para 40,4% em 2010, a competição entre o setor público e o privado pela captação da escassa poupança doméstica pressiona as taxas de juros, tornando atrativas as aplicações financeiras em detrimento de investimentos produtivos.
Assim, fica a dúvida: devemos orientar o crescimento da produção para o mercado doméstico ou para o mercado externo? Em tempo, seria agora um momento oportuno para a internacionalização de empresas brasileiras?
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